HISTÓRICO

O programa de Pós-graduação da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (PPGSM da FMRPUSP) foi instituído em 1991, tendo a multidisciplinaridade como uma das suas características centrais. O corpo docente era composto por médicos e psicólogos do antigo Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica da FMRPUSP, bem como de docentes provenientes de outras unidades do Campus Universitário da USP/Ribeirão Preto. O curso foi organizado de maneira a receber alunos com graduação nas diversas áreas que atuam em Saúde Mental, como Medicina, Psicologia, Enfermagem, Terapia Ocupacional, Serviço Social, entre outras, objetivando contribuir para romper o circulo vicioso que se estabelecera em algumas áreas profissionais com atuação na Saúde Mental, que não dispunham, na época, de massa critica suficiente para constituírem seus próprios programas de pós-graduação.

A primeira avaliação do programa pela CAPES foi a do biênio 1994-1995, recebendo conceito B, numa escala de A a E, utilizada na época. No biênio seguinte a CAPES realizou uma grande mudança em seus critérios de avaliação, adotando a classificação atual que vai de 1 a 7. Na avaliação do biênio 1996-1997, pelos novos critérios, os três programas de pós-graduação em Saúde Mental e Ciências do Comportamento, existentes na época, o da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o da UNICAMP e o da FMRP-USP, receberam conceito 2. Esse conceito estava abaixo do padrão mínimo exigido pela CAPES, o que impedia que esses programas recebessem apoio da referida agência. Apesar disso, o PPGSM da FMRP-USP decidiu persistir. Foi realizada uma ampla reformulação do Programa, que incluiu: a) maior rigor no credenciamento de orientadores; b) atração de orientadores produtivos; c) redução das linhas de pesquisa às duas mais produtivas (“Fisiopatogenia dos transtornos psiquiátricos” e “Fatores de risco, prevenção e intervenção em Saúde Mental”); d) estimulo ao pós-doutorado no exterior de recém doutores do programa, na esperança de que viessem compor o quadro de orientadores do programa.

A partir de planos de metas desenvolvidos após a reformulação do programa, vários objetivos puderam ser atingidos, entre eles: a) absorção de novos orientadores com estágio de pós-doutorado no exterior e com o perfil de pesquisador; b) captação de alunos efetivamente vocacionados para pesquisa; c) ampliação da captação de recursos financeiros junto a agências de fomento para pesquisa; d) implementação e/ou ampliação de laboratórios de pesquisa; e) estabelecimento de intercâmbio com outros centros de pesquisa no Brasil e no exterior; f) atração de pesquisadores em estágio pós doutoral. Estes esforços resultaram em uma melhora significativa da produção científica do programa, em termos quantitativos e qualitativos, uma vez que o número de publicações por ano passou de 26, no triênio 2004 a 2006, para 110, em 2010 e o fator de impacto médio das revistas foi de 1,52, no biênio 2007 – 2008, para 2,44, no biênio 2009 – 2010 (figura 1). Em 2010, sessenta e cinco por cento da produção do Programa foi publicada em revistas A1, A2 e B1 (sistema Qualis de avaliação de periódicos).

Dessa forma, as avaliações da CAPES passaram a atribuir ao programa conceitos gradativamente mais altos até atingir o conceito 6, no triênio 2007-2009 (figura 2).

Nos primeiros 20 anos de funcionamento do Programa foram atribuídos 105 títulos de mestre e 51 de doutor à psicólogos (81), médicos (54), terapeutas ocupacionais (8), assistentes sociais (5), enfermeiros (4), pedagogo (1), fisioterapeuta (1), nutricionista (1) e físico (1). A proporção entre mestrado e doutorado, amplamente favorável ao mestrado, nos primeiros anos do programa, vem se alterando para uma situação de equilíbrio entre as duas titulações, como pode ser demonstrado na figura 3.